Revolução dos Cravos celebrada
com alegria e luta

<font color=0039dd>Muitos mil para continuar Abril</font>

Um pouco por todo o País, múl­ti­plas e va­ri­adas ini­ci­a­tivas ocorrem no dia 25 de Abril, bem como na noite an­te­rior, para re­cordar a gesta li­ber­ta­dora dos mi­li­tares de Abril e a von­tade do povo na mu­dança para um Por­tugal mais justo, so­li­dário e fra­terno.
Numa das mai­ores ma­ni­fes­ta­ções de sempre do 25 de Abril em Lisboa, mi­lhares de pes­soas des­fi­laram do Marquês do Pombal à Praça do Rossio, mos­trando que per­ma­necem bem vivos os va­lores da Re­vo­lução dos Cravos.

«25 de Abril sempre, fas­cismo nunca mais»

Su­biram a Ave­nida que tem nome de «Li­ber­dade». Ou­tros, muitos ou­tros, na­quela e nou­tras ar­té­rias da ci­dade também ru­mavam em di­recção ao Marquês de Pombal, onde já se en­con­travam muitos mi­lhares que aguar­davam a sua vez para des­fraldar ban­deiras, panos e car­tazes com as suas rei­vin­di­ca­ções, afirmar os va­lores de Abril, con­denar o pas­sado de opressão e terror fas­cista.

Acom­pa­nhada pelos pais e avós, a mais pe­quena, que há pouco ini­ciou os pri­meiros passos, se­gu­rava, or­gu­lhosa, na sua mão um cravo rubro, sím­bolo da Re­vo­lução do 25 de Abril de 1974. Viu, des­lum­brada pelas di­men­sões mas também pelo apa­rato que a cir­cun­dava, uma chai­mite, veí­culo blin­dado que en­ca­be­çava a ma­ni­fes­tação e que nos re­porta ao le­van­ta­mento mi­litar con­du­zido pelos Ca­pi­tães de Abril, logo se­guido de le­van­ta­mento po­pular, que em es­treita ali­ança foram o motor das con­quistas al­can­çadas e que vi­riam a ser con­sa­gradas na Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa.

Ja­nela de es­pe­rança

Por eles passou a enorme faixa ver­melha que en­qua­drava a Co­missão Pro­mo­tora, onde se in­te­grava uma vasta de­le­gação do PCP, in­cluindo Je­ró­nimo de Sousa. Du­rante o des­file, o di­ri­gente co­mu­nista, so­li­ci­tado pela co­mu­ni­cação so­cial, des­tacou o facto de as co­me­mo­ra­ções deste ano da Re­vo­lução de Abril se re­a­li­zarem «no quadro de uma so­lução po­lí­tica em que se abriu uma ja­nela de es­pe­rança em re­lação ao fu­turo». Aler­tando que este não é ainda o tempo da «re­po­sição dos va­lores de Abril e da rup­tura com a po­lí­tica de di­reita», Je­ró­nimo de Sousa va­lo­rizou o facto de este ser o «rumo» e ga­rantiu que o PCP es­tará cá «para dar esse alento, con­fi­ança e es­pe­rança aos tra­ba­lha­dores e ao povo».

Des­fi­laram de­pois as cri­anças e a ju­ven­tude, par­ti­lhando a von­tade de lutar por um fu­turo me­lhor para todos. «Que se cum­pram os nossos di­reitos», lia-se numa faixa da As­so­ci­ação Pi­o­neiros de Por­tugal. Os ba­lões em­pu­nhados pelos mais novos, de todas as cores e vá­rios ta­ma­nhos, deram lugar às ban­deiras e pa­la­vras de ordem dos jo­vens co­mu­nistas, que gri­taram bem alto «25 de Abril sempre, fas­cismo nunca mais».

Lutar por Abril

O des­file contou ainda, como ha­bi­tu­al­mente, com a pre­sença de es­tru­turas sin­di­cais, par­ti­dá­rias, or­ga­ni­za­ções di­versas, de de­fesa da paz e dos di­reitos das mu­lheres, au­tar­quias... Entre muitas ou­tras coisas, re­cla­mavam pelo «au­mento real das pen­sões», lem­bravam que «a saúde é um di­reito, não é um ne­gócio», exi­giam a re­po­sição das «35 horas» se­ma­nais para a Função Pú­blica e a al­te­ração da «Lei das Rendas», di­ziam sim à «igual­dade de di­reitos», «sempre na luta por Abril», rei­vin­di­cavam 1% para a cul­tura.

A acção ter­minou horas de­pois, no Rossio, onde de­sa­guou aquele «mar» de gente, com as in­ter­ven­ções dos mem­bros da As­so­ci­ação 25 de Abril. No palco, entre ou­tros mem­bros da Co­missão Pro­mo­tora, es­teve Luísa Araújo, do Se­cre­ta­riado do Co­mité Cen­tral do PCP.

Porque os tra­ba­lha­dores estão for­te­mente li­gados aos va­lores e ideais da Re­vo­lução de Abril, no pró­ximo do­mingo muitos mi­lhares vol­tarão a sair à rua, em Lisboa e nou­tras ca­pi­tais de dis­trito. Contra a ex­plo­ração e o em­po­bre­ci­mento, pelo di­reito ao tra­balho e ao tra­balho com di­reitos, a pa­lavra de ordem que per­corre o País é uma só: todos ao 1.º de Maio!



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